O caso de Delizia Cirolli foi um dos mais acompanhados pela medicina moderna, notadamente pelo médico Theodore Mangiapan, diretor do Bureau Médico de Lourdes, encarregada de comprovar a ocorrência das curas inexplicáveis.
O Dr. Mangiapan acompanhou o caso e publicou um detalhado relato no seu livro Les Guérisons de Lourdes (ed. Oeuvre de la Grotte, 1994, 439 pp.)
Delizia nasceu em 17 de novembro de 1964, em Paternò, província de Catania, Itália. Mais velha de quatro irmãos, quando tinha 12 anos começou a se queixar de dores.
Em março de 1976, na escola, sentiu dores no joelho que preocuparam a professora. Os pais levaram a menina ao médico da família, que ordenou um tratamento analgésico de rotina. Como este não deu certo, os pais apelaram para uma “curandeira”, com resultados ainda piores.
Em abril, uma radiografia e uma série de tomografias mostraram sinais de um tumor ósseo na tíbia direita. Delizia foi encaminhada ao Prof. Q. Mollica, da Clínica Ortopédica da Universidade de Catania.
Ele a submeteu a diversos exames, até que uma biopsia revelou a “presença, na altura da metáfise da tíbia direita, uma metástase de neuroblastoma”. O neuroblastoma é um tumor que aparece na vida intrauterina, age como maligno, e seu prognóstico é quase sempre fatal.
Muitos exames posteriores inclinaram para um “retículo-sarcoma de Ewing”, tumor ósseo que atinge crianças entre os oito e os 10 anos, altamente maligno e de prognóstico rigorosamente fatal.
Diante da gravidade do tumor, o Prof. Mollica propôs amputar toda a perna direita. A família se recusou. Ele encaminhou então Delizia ao Instituto de Radiologia Universitária de Catania.
Lá, ela foi internada isolada num quarto sem janelas, sentia-se abandonada e chorava toda a noite. Seus pais não suportaram a situação e a levaram de volta para casa.
A doença fazia Delizia sofrer cada vez mais. A família então se cotizou e os pais a levaram a Turim, cidade de famosos centros médicos.
O pânico e o desespero da menina no hospital tornaram impossível sua internação na Clínica Universitária de Pediatria de Turim.
Foi então que nasceu a ideia de levá-la a Lourdes, onde mãe e filha estiveram de 7 a 11 de agosto de 1976.
Porém, nada aconteceu. Em 11 de setembro, o Prof. Mollica mandou fazer novas radiografias e constatou um “claro agravamento da extensão do processo mórbido”.
Delizia piorava a olhos vistos. Em dezembro pesava somente 22 quilos. Já não podia se levantar e acompanhava desde o leito as orações da família por ela.
Todos os dias, sua mãe lhe dava a beber água de Lourdes. Mas ao mesmo tempo já preparava o vestido mortuário com o qual o falecido é enterrado, segundo a tradição da Sicília.
E foi num dia de Natal…
Delizia sentia menos dores, até mesmo em seu joelho atingido pelo tumor. Pediu então licença para se levantar. A mãe achou que fosse um de seus derradeiros desejos e autorizou.
Delizia então se levantou, caminhou pela casa, e até foi dar alguns passos na rua!
O esforço, após meses de paralisia, a deixou esgotada. Voltou a deitar, dormiu. Porém, nos dias seguintes, os sinais de melhora foram cada vez mais evidentes. Em poucos meses recuperou 12 quilos.
Em maio de 1977 o médico ordenou novas radiografias. O diagnóstico foi “aparência de reparação ao mesmo tempo endo-ósssea e cortical, com um desaparecimento completo das reações periosteais. É preciso notar também, a existência de um importante genu valgum” (em termos correntes, uma cicatriz óssea).
Em outras palavras, o tumor maligno havia desaparecido!
A família peregrinou em ação de graças a Lourdes, no fim de julho de 1977. Na ocasião a apresentaram no Bureau Médico e marcaram consulta com o Dr. Mangiapan para o dia 28 daquele mês.
Foi assim que os médicos puderam analisar todos os resultados dos exames de que dispunha a família. Houve interrogatórios, exigência de mais laudos clínicos e realização de novos exames.
Em 1978 Delizia voltou a Lourdes e respondeu a novos interrogatórios e exames. O Dr. Christian Nezelof, especialista mundialmente famoso em tumores ósseos, viu as antigas radiografias e tomografias e seu veredito foi “sarcoma de Ewing”.
Delizia voltou por terceira vez a Lourdes em 1979. Ela tinha então 14 anos e 8 meses, adquirira a morfologia completa de uma mulher, pesava 58 quilos e media 1,57. O único vestígio da doença era a cicatriz óssea que até dificultava seu caminhar.
Em julho de 1980 aconteceu seu quarto e último check-up em Lourdes. Em 28 de julho desse ano, na presença de 20 médicos de diversos países, o caso foi debatido e Delizia foi demoradamente examinada.
Por fim, a grande maioria dos médicos aprovou declaração sobre a cura, dizendo que “nas condições em que ela aconteceu e se mantém… pode ser considerada como um fenômeno contrário às observações e às previsões da experiência médica e é cientificamente inexplicável”.
Na Catania foi criada uma Comissão Médica Diocesana, que também concluiu com larga maioria ser uma cura “cientificamente inexplicável”.
A seguir, toda a documentação do caso foi remetida ao Comité Médico Internacional em Paris, que após estudo e consulta decidiu por unanimidade, em 26 de setembro de 1982:
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