Ania Golędzinowska Doto
Medjugorje, Hoser – o jardineiro do Papa
per La Croce – Quotidiano
Traduzido do italiano para o português por Gabriel Paulino – fundador do Portal Medjugorje Brasil – www.medjugorjebrasil.com.br
Matéria original: https://medjugorjetuttiigiorni.blogspot.com/2018/06/medjugorje-la-si-e-lasciata-in-mano-ai.html
Falar a título pessoal todos nós o podemos fazer, mas acredito que já se tenha dito o bastante. Também eu faz tempo não estou leve, mas tenho os meus bons motivos. Não se pode continuar a colocar a sujeira embaixo do tapete. É necessário levantar o tapete, limpar o sujo e continuar a procurar não se sujar.
Em Medjugorje existem muitas coisas que se pode colocar em discussão, é necessário que todos façam um exame de consciência. A própria igreja tinha abandonado os videntes, desde pequenos, na luta entre o bem e o mal. Sim eu sei que existem os fransciscanos, mas também eles foram deixados sós. Medjugorje foi deixada na mãos dos leigos que tornaram-se um pouco donos da situação, organizando-se em estruturas associativas que tornou-se uma máquina de fazer dinheiro que aproveitavam-se das conversões, dos videntes, de padres santos não para evangelizar mas para “atrair” os clientes de suas peregrinações.
Mas colocar-se contra eles, estão aqueles na desesperada procura de selfies com aquele particular “testemunho de fé” para colocar no Facebook com um ar de falsa bondade. Obviamente não estou falando de todos, existem tantas pessoas verdadeiras, preparadas e sobretudo verdadeiramente no caminho que sabem viver a beleza de Medjugorje na plenitude de tudo o que ela oferece. Sobretudo a oração. “Não é somente importante fazer as coisas, mas tudo depende da intenção com a qual é feita” me disse um arcebispo.
Apesar de tudo Deus escreve certo também por linhas tortas e também também através destas maneiras consegue alcançar tantas belas conversões. Os videntes permanecem sozinhos, são forçados a arranjarem-se como podem, a confiar em quem podem. Pensa-se que confiar-se a um sacerdote pode-se estar tranquilo mas também eles são continuamente tentados. E deste modo os videntes muitas vezes acabam tendo que lidar com pessoas que de algum modo se aproveitam deles. São deixados sozinhos no meio de milhões de pessoas. Traídos algumas vezes também pela família tem tentado fazer o melhor que podem. Algumas vezes talvez errando, como todos em suas escolhas feitas de boa fé e que geraram algumas dúvidas e perplexidades.
Dito isto, conhecendo pessoalmente alguns deles não posso dizer que nunca me decepcionaram de nenhuma forma. Sempre gentis e pacatos. Mas o que estavam ao redor deles às vezes sem nossos sentimentos pessoais devemos olhar “o desenho” e não somente as nuances.
Às vezes algumas coisas saem da linha, percebe-se que foi usada uma cor errada ou um pincel muito pequeno ou muito grande se pode pegar a borracha e recomeçar a desenhar melhor. Mudar. Melhorar. O importante é terminar o desenho da melhor maneira possível.
Quando eu falei duramente de algumas coisas que não estavam corretas em Medjugorje o fiz depois das declarações do Papa Francisco no avião.
O tumulto foi desencadeado, vi pessoas que ofenderam o papa e irromperam. Nossa Senhora não ensina isso, não ensina a ir contra o Santo Padre.
Disse que “quem não vai a Medjugorje acompanhado de pessoas que fazem ver um verdadeiro caminho de fé, pode encontrar-se em situação desagradável ou nas mãos de pessoas erradas ou de falsos gurus”. Assistimos por diversos meses ao programa “Le Lene” que contava a história de um sacerdote que ia sempre a Medjugorje mas que agora está atrás das grades. Eu digo infelizmente, porque é sempre algo triste ver alguém nesta situação, principalmente um sacerdote. Mas podemos dizer que ninguém é santo e imaculado, é melhor fazer um exame de consciência e utilizar um dos tantos confessionários em Medjugorje.
Alguém me disse que não se deve “cuspir no prato em que se comeu”. Bem, eu não fui a Medjugorje para comer, talvez para jejuar, “comi muito no passado”. Mas desde o momento que reencontrei a paz naquele lugar, comecei a mudar, e ao notar que eu tinha entrado dentro de um “sistema” e desde o momento em que Medjugorje me deu aquilo que deveria me dar naquele momento, a fé, voltei procurando levar aquilo que de belo e bom tinha aprendido na vida diária.
Esta é a verdade, se sabe sempre que onde existe tanta graça também existe tanta sujeira e negá-lo é tornar-me cúmplice. Máfia é a palavra que me dá desgosto, tanta gente inocente paga pela máfia, tantos foram mortos e nem os corpos foram encontrados e nem os culpados, exatamente pela máfia. Não existe comportamento pior do que a da máfia. Vejam as crianças abusadas, muitas vezes as violências continuam pela máfia, ou tantos roubos e fraudes não são resolvidos pela máfia. A máfia é sempre cúmplice.
Ficar calada quando se está no meio de uma situação grave, para mim é ser cúmplice. Não camuflá-la com humildade. Deve-se denunciá-lo. Para o restante, para as ofensas, calúnias, raivas, para isto devemos exercitar a humildade e aceitar, se recolher, calar e não julgar.
Por isso quando a minha irmã favorita estava partindo de Medjugorje, eu pedi de me transferir com ela para a Itália.
Quando Papa Francisco diz que existem dúvidas, quero dizer que elas existem. E não façamos como os mafiosos, mas olhando para dentro perguntando-se “no que eu posso melhorar ?”
As dúvidas, aquelas coisas que não vão bem, isto não quer dizer que “o todo” deve ser jogado fora.
A verdade é mais simples do que parece. O Papa tem em seu coração aquilo que acontece em Medjugorje, e por isso enviou o monsenhor Henryk Hoser agora confirmado de um visitador permanente.
Medjugorje é como um grande e belo jardim, com tantos frutos bons.
E quando os frutos estão maduros, se não existir ninguém para recolhê-los, se não existe alguém para colocá-los numa cesta, eles caem na terra e acabam sendo pisadas pelas pessoas que passam pelo jardim ou sendo presas de porcos selvagens que as comem, sendo presas de pessoas que não se interessam no fruto, gente disposta até mesmo a envenenar a terra e arruinar até mesmo os novos frutos.
Sua excelência monsenhor Henryk Hoser vem de uma família de famosos jardineiros da Varsóvia. Portanto de jardins ele entende. Se ele foi escolhido pelo Papa, apesar de sua idade e aceitou esta missão, deseja dizer que fará um trabalho atento tendo nas costas anos de missão em todo o mundo. Ele esteve também em Ruanda também antes do genocídio. É muito tradicionalista e conservador nos valores cristãos. Chegará logo em Medjugorje e logo fará de tudo para proteger o jardim, colocará operários para recolherem os bons frutos e depois farão doces deliciosos e sucos perfumados para todos. Cuidará também das árvores novas, regando-as, tirando as ervas daninhas e combatendo os insetos… E sobretudo aqueles que vieram com tratores e escavadeiras terão de recuar…
Hoser não veio para julgar mas para proteger os frutos de Medjugorje que são tantos e reconhecidos por muitos. Para fazê-lo terá que ter clara a situação. Medjugorje é um local belíssimo, mas tem necessidade de alguns retoques, de alguns ajustes. Se você é linda mas não se lava, se não se penteia, antes ou depois chegam os piolhos, você torna-se feia.
Os frutos existem, também eu sou um destes frutos. Talvez eu seja um limão, azedo, mas sem limão tantos pratos não terão o seu gosto. Cada fruto é importante, não existem somente bananas… Papa Francisco não poderia escolher melhor, um médico e filho de jardineiros está chegando .. Oremos por ele e por todos aqueles que sempre acreditaram na beleza desse jardim.
A.G