A homilia edificante do Arcebispo Hoser (Enviado Papal) em Medjugorje.

Tempo de leitura: 8 minutos

A homilia edificante do Arcebispo Hoser (Enviado Papal) em Medjugorje.

1º.  de abril de 2017

bispohosermedjugorje

Queridos irmãos e irmãs, falarei em francês, desculpem-me, pois ainda não aprendi a bela língua croata!

Reunimo-nos ao redor do altar na quinta semana da Quaresma. Há mais duas semanas dividindo-nos da Páscoa. Em uma semana, será Domingo de Ramos, e em duas semanas vamos celebrar, no final da Semana Santa, o maior Dia da Festa Cristã – a Festa da Ressurreição.

A Palavra de Deus que ouvimos hoje, fala de ressurreição e nos mostra três perspectivas de ressurreição, três pontos de vista sobre a ressurreição. O primeiro é histórico. Sabemos que Jesus Cristo, o Filho de Deus e o Filho do homem, viveu neste planeta, na Terra Santa da Palestina. Sabemos também que foi anunciado pelos profetas que ele iria nascer, exatamente como o profeta Ezequiel, que acabamos de ouvir hoje. Ele traz as palavras de Deus que está nos dizendo que agora vou abrir suas sepulturas e eu vou te erguer, e ele repete: ‘Eu abrirei suas sepulturas e os levantarei de suas sepulturas.’ Essa é uma profecia, ele já vê a chegada do Messias. Sabemos que Jesus morreu e ressuscitou dos mortos, que é o fundamento de nossa fé. Sem esse fundamento da Ressurreição de Jesus, nossa fé seria vazia.

A segunda perspectiva, a segunda visão ou ângulo é litúrgica. É o caminho da Quaresma, durante quarenta dias vamos orar e continuaremos a orar, jejuaremos e continuaremos a jejuar. Nos tornamos mais generosos com os outros e vamos fazer ainda mais no futuro.

A espiritualidade da Quaresma é muito conhecida aqui, vocês sabem muito bem. Portanto, o caminho litúrgico nos prepara para alcançar a terceira perspectiva, que é a terceira visão da ressurreição e que é a perspectiva de nossa vida, a vida de cada um de nós. Vivemos para a ressurreição, marchamos para a ressurreição, passamos pela morte para ressuscitar. O objetivo final da nossa vida terrena é a ressurreição. Durante este caminho devemos ressuscitar, já com antecedência, mantendo nossas mentes nessa perspectiva final. Nossa conversão é parte da ressurreição. Jesus diz, e repete, “a morte do corpo”, mas também fala de “morte da alma”. A morte de uma alma é mais grave, uma ameaça muito maior, porque nesse caso poderíamos morrer por toda a eternidade. Portanto, cada vez que continuamos a converter-nos, estamos nos voltando para Deus, que é o Caminho, a Verdade e a Vida. Ele é a fonte da Vida Eterna. Ele está nos direcionando para o amor, porque Deus é Amor. É o amor que nos mantém vivos, é amor misericordioso, que nos traz a paz interior e a alegria da vida. Mas existem duas condições: A primeira é a fé. Jesus, antes de realizar milagres, exigiu fé, a fé nEle, que Ele poderia fazê-lo, Senhor eu acredito em você, eu realmente acredito. Essa fé abre nosso coração para a conversão. A abertura de nosso coração está acontecendo através do Sacramento da Confissão, que é a própria misericórdia. Nosso coração é aberto através da confissão, está sendo purificado, abre-se ao Espírito Santo e é preenchido por ele e pela Santíssima Trindade. Cristo confirma isso para nós no Livro do Apocalipse, Ele diz que ele está na porta de nosso coração, batendo nele. Se a Santíssima Trindade habitar dentro dele, nós nos tornamos o Templo de Deus.

Gostaria de voltar à perspectiva histórica da ressurreição. Nos dias que temos pela frente, vamos ler no Evangelho, vamos ver que os inimigos de Jesus, estão jogando suas redes em torno de Jesus, ameaçando Jesus cada dia mais. Ele sabe e Ele está ciente disso. Ele sabe o que os discípulos não sabem. Há alguém que o segue naquele caminho de sofrimento, de Sua Paixão, é a Santíssima Virgem Maria. Ela está sempre perto, Ela sofre com Ele, Ela sente sua impotência. São João Paulo II disse que era fé de coração. Muitas vezes, nós chamamos Nossa Senhora das Sete Dores. Ao longo de sua vida, Ela sofreu tanta dor e Seu sofrimento cresce junto com o de Jesus na Paixão da Via Crucis até Sua Cruz. Na Via Crucis, na quarta estação, meditamos Jesus carregando sua Cruz, encontrando Sua Mãe e o Evangelho nos diz que Ela foi testemunha de Sua horrível morte na Cruz. Em Seus próprios braços, Ela recebeu o corpo massacrado de Seu Filho. A tradição cristã nos ensina que, antes  da  Madalena, Maria viu o Cristo Ressuscitado.

Na Perspectiva da vida de cada um de nós, a perspectiva da ressurreição, é claro que a Mãe Santíssima também está lá. Ela nos acompanha, Ela nos segue, Ela participa do nosso sofrimento e da nossa dor. Se vivemos na perspectiva de Deus, ela está nos ajudando a nos tornarmos santos.Ela está nos ajudando no nosso caminho de conversão e temos que experimentar aquela presença espiritual dela. Nós a chamamos, especialmente aqui, a Rainha da Paz. Nas ladainhas da Santíssima Virgem Maria, há uns doze títulos quando a chamamos Rainha e Rainha da Paz é a última. Maria é Rainha. Quando contemplamos os gloriosos mistérios do Rosário, falamos dela como Rainha do céu e da terra. Meditamos Sua Assunção bem como Sua Coroação como Rainha do céu e da terra. Ela participa de todas as características da Realeza de seu Filho, que foi o criador do céu e da terra, Seu Reino é universal. Ela está em todos os lugares e nós podemos apreciá-la e reverenciá-la em todos os lugares. Agradecemos a Sua presença constante na vida de cada um de nós. Ela está ao lado de  cada um de nós, sempre presente. Rainha da Paz, é o fruto da conversão, Ela traz a paz em nossos corações e assim nos tornamos pessoas pacíficas, especialmente com nossa família, com nosso ambiente, sociedade, nosso país. A paz no mundo está ameaçada. O Santo Padre, disse que “a terceira guerra mundial está parcialmente aqui” e as mais terríveis são as guerras civis, que ocorrem entre as pessoas que vivem no mesmo país.

Caros irmãos e irmãs, durante vinte e um anos eu vivi em Ruanda, África. Em 1982 Nossa Senhora estava aparecendo lá e Ela previu o genocídio em Ruanda dez anos antes do que realmente aconteceu. Quando Ela deu essa mensagem, ninguém entendeu. Durante três meses de genocídio, um milhão de pessoas foram assassinadas. As aparições de Nossa Senhora em Ruanda já foram reconhecidas. Ela se apresentou como Mãe da Palavra, Mãe do Verbo Eterno, também na perspectiva da falta de paz. Portanto, essa engrenagem, que é tão intensa aqui, é tão importante para o mundo inteiro. Rezamos pela paz porque as forças destrutivas são tremendas em todo o mundo. É trágico que famílias, sociedades, casamentos, países estejam em conflito, precisamos de uma intervenção celestial e a presença da nossa Mãe Santíssima é uma dessas intervenções. É a iniciativa de Deus. Portanto, gostaria de estimular e fortalecer a todos vocês, em nome do Papa como seu Emissário. Vamos espalhar a paz pelo mundo através da conversão dos corações.

O maior milagre de Medjugorje são as Confissões aqui. O Sacramento da Reconciliação e da Misericórdia e do perdão. É o Sacramento da Ressurreição e quero agradecer a todos os Sacerdotes, que vêm para ouvir as confissões dos fiéis. Vi hoje mais de 60 sacerdotes à disposição para a confissão, servindo ao povo de Deus.

Passei muitos anos nos países ocidentais, França, Bélgica e eu diria que a confissão individual praticamente desapareceu no mundo ocidental, com alguma estranha exceção aqui e ali. Portanto, o coração do homem está fechado. O mundo está ficando árido, o mal está se fortalecendo, os conflitos se multiplicam, portanto, que sejamos os apóstolos da boa nova, da conversão e da paz no mundo.

Como aprendi aqui, ouvi estas palavras, os que não creem são aqueles que ainda não experimentaram o amor de Deus. Quando o amor e a misericórdia de Deus o tocam, você não pode resistir, portanto vamos participar junto com aqueles que salvam vidas, somos testemunhas daqueles que estão salvando vidas. Como me disseram os Frades Franciscanos, há peregrinos vindos de 80 países diferentes em todo o mundo. Este chamado foi difundido até os confins do mundo, assim como Jesus disse aos Apóstolos, enviando-os para o mundo. Vocês são testemunhas do amor de Cristo e do amor de Sua Mãe e do amor da Igreja.

Que Deus os fortaleça na fé e os abençoe!

Traduzido do inglês por Ehusson Chequer – tradutora do Portal Medjugorje Brasil – http://www.medjugorjebrasil.com.br

Matéria original: http://medjugorjecouncil.ie/uplifting-homily-archbishop-hoser-papal-envoy-medjugorje-1st-april-2017/

1 comentário


  1. Sumarizando o texto e sua exegese, apreciei a “menção honrosa” que foi deixada aos franciscanos, de quem eu digo, que são ou estão sempre na “linha da frente” em suas missões. Ainda bem, que este senhor esteve pelo Ruanda e soube “interpretar” as Mensagens como pré-aviso do que ali se iria passar. Já tenho dito, que é muito difícil interpretar a linguagem, o significado esotérico, mas ele não vem para assustar, apenas para avisar, a fim de que haja entendimento, compreensão nas diferenças entre as pessoas. Porque as diferenças, sem ser em aspeto negativo, vão existir sempre! Mas, através delas se poderá aprender muito, alargar o nosso campo do conhecimento. Vamos esperar com paciência o 1º GRANDE SINAL visível, segundo informações de fontes seguras. Até lá, mês após mês, Mensagens virão, porém estão todas enquadradas na paz e na solidariedade, uma vez que isso tem estado, digamos “morto” ou adormecido no ser humano. Mas, já há tanta e belíssima transformação! Dizia frei, doutor Slavko Barbaric, que nós podemos ser bons, mas nunca tão bons, que não possamos ser melhores…

    Responder

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *