“Isto é para você”
A história de Debi Byham
“Estou indo a Medjugorje em busca de um milagre” foi a última coisa que eu disse para a minha família e amigos antes de embarcar no avião em 17 de setemro de 1997.Eu não tinha ideia, naquele tempo de como Deus poderia trazer cura e paz para a minha vida problemática. Eu sofria de culpa, depressão e estresse pós-traumático por 27 anos após um trágico acidente de carro que matou três pessoas, incluindo a minha melhor amiga Debbie. Eu era a motorista. Eu gastei anos em terapia, falando com psiquiatras e psicólogos. Tomava antidepressivos para aguentar o dia e remédios para dormir durante a noite. Eu até mesmo fui a um nutricionista, achando que se eu me alimentasse melhor, talvez eu me sentisse melhor. Mas nenhuma destas coisas me ajudavam. Eu não tinha paz e nem esperança de cura no futuro. Minha alma estava em escuridão, em desespero total.
Eu estava com a mãe e o irmão de Debbie em um restaurante. Uma das primeiras coisas que eles me disseram foi: “nós nunca culpamos você pelo que aconteceu naquela noite”. Eu senti que eles estavam me dando permissão para que eu pudesse viver. Eu não acreditava neles, porque eu não achava que este tipo de perdão fosse possível; contudo, eu estava tão grata pela compaixão deles por mim. A mãe de Debbie me contou histórias sobre o que aconteceu no hospital antes da morte dela. Estas histórias eram difíceis e dolorosas para mim ao ouvir, eu eu nunca pensei sobre elas novamente. Até que eu fosse a Medjugorje !
Um dia, minha tia Eileen me telefonou e disse que ela estava indo a Medjugorje: “eu acho que você deveria vir comigo. É um local de oração e acho que você pode achar a paz ali”. Eu disse que eu gostaria de ir com ela, até mesmo que eu não soubesse nada sobre Medjugorje. Quando eu falei com o meu marido que eu iria, ele me perguntou porque eu estava indo. Eu disse a ele eu estava “indo em busca de um milagre”. Disse a ele que, se um milagre não acontecesse comigo, eu não voltaria para casa. De fato, eu disse a ele que precisava de um sinal – um sinal tão grande que ele diria: “DEBI, ESTE SINAL É PRA VOCÊ”. Eu sabia que Deus não poderia mudar as circunstâncias de meu passado, eu fui pra Medjugorje com um coração pesado e uma visão muito estreita de quão grande é amoroso é o nosso Deus.
Como um peregrino comum, eu visitei os locais ligados às aparições, subi as montanhas, rezei o rosário, e subi a montanha do Krizevac rezando a VIa Sacra. Ouvi o sermão de muitos padres e o testemunho dos videntes, que sempre falavam da importância do perdão para se alcançar a paz. Eu não tinha certeza se era possível eu perdoar a mim mesma por toda dor que eu tinha causado na vida de tantas pessoas.
Durante uma de nossas caminhadas, minha tia e eu olhamos para o céu e vi o sol girando, pulsando, e mudando de tamanho. Parecia que ele saia do céu e vinha diretamente ao meu rosto. Lindas cores estavam saindo do lado do sol girando. Quando este incrível e fatástico shou de luzes acabou, minha tia me disse: “Debi, você acabou de ver o milagre do sol !” Eu não conhecia a história de Fátima, eu não sabia o que isto significava. Eu também não sabia que o o milagre do sol seria um sinal importante para mim na minha jornada.
Quando subimos a montanha do Krizevac, nosso sacerdote, de um modo muito profundo, refletia sobre cada estação da Via Sacra. Na terceira estação, as suas palavras pareciam falar de histórias da minha vida dolorosa. Parecia que estávamos subindo no meu próprio calvário. Eu queria parar. Minha tia disse: “Eu sei que estas histórias são muito difíceis para você”. Ela queria me ajudar. Eu realmente nunca tinha compreendido a Via Sacra.
No topo da montanha do Krizevac, eu vi pessoas caminhando ao redor da cruz e a tocando e a reverenciando. Eu, no entanto, fui embora dali sozinha. Eu estava no topo da montanha com vista para toda Medjugorje e eu senti que estava no fundo do poço. Eu estava tão longe da paz e eu tinha certeza de que, dentro de dois dias, que era o tempo que me restava até pegar o avião de volta, eu não estaria ali. Este foi o meu pior momento em Medjugorje.
Eu me virei e vi minha tia e o seu amigo sentado no chão, rezando calmamente o terço. Eu fui até lá e me sentei ao ado deles, coloquei o meu rosto entre as minhas mãos, e chorei com todo o meu coração. Eu esperava que algumas daquelas Ave-Marias fossem para mim. Minha tia me disse depois: “Quando eu vi você ali sozinha eu rezei para que Nossa Senhora visesse e te colocasse e colocasse os Seus Braços sobre bocê para que você não fosse mais atormentada”. Aquele dia era o meu aniversário.
Naquela tarde, no hall do hotel, eu visitei com Tom e Jeff alguns amigos que nós conhecemos em Medjugorje. Com eles estava Paul, um jovem em cadeira de rodas, que não tinha pernas. Quando ele me disse que ele vivia no hotel, eu fiquei surpresa que eu nunca o tenha visto antes. Ele me confidenciou que ele estava muito deprimido para sair do quarto do hotel. Eu sabia exatamente o que ele estava falando.
Tom sugeriu para nós que fossemos para a Cruz Azul. Paul disse: “Porque você está indo lá ?” Tom disse: “Para rezar”. Embora já fosse mais de meia-noite Jeff e seu amigo joe disse que queriam ir rezar, Paul disse que iria, mas não iria rezar. Eu disse que iria, mas não iria rezar também.
Nós subimos a Colina das Aparições até a Cruz Azul. Os garotos levaram Paul em sua cadeira de rodas subindo a colina. Paul então disse: “Todos vocês que são ricos vem até Medjugorje procurando por milagres, mas não existem milagres aqui !” Isso realmente mexeu com o meu coração, porque eu tinha ido a Medjugorje buscando um milagre, e eu comecei a chorar. Então eu fale sobre aquele horrível acidente, e compartilhei todos os detalhes do meu passado e que eu tinha mantido escondido por tanto tempo. “Esta é uma relíquia da Verdadeira Cruz: SEGURE-A !!!” Ele a apertou em minha mão e rezou em voz alta para mim. Jeff tentou me consolar e disse: “Deus irá tomar conta de você” Eu gritei: “Onde ele esteve durante toda a minha vida ?” Paul me dizia: “Foi um acidente. Esqueça isto”.
Paul perdeu as duas pernas como soldado quando pisou em uma mina terrestre. Compreendi a amargura e a dor que Paul experimentou sendo um homem de 27 anos que passaria o resto da vida em uma cadeira de rodas. Mas eu não entendi ele gritando comigo para “superar isso”.
De repente, vi uma luz branca na minha direita. Quando olhei para a luz, vi uma mulher sair da luz e sentar-se em uma rocha perto de nós. Ela estava usando um longo vestido branco e um véu branco. Ela estava sentada em uma pose de escuta, sua cabeça inclinada para nós. Parecia uma estátua: as dobras no vestido não se moviam, a cabeça não se voltou. Ela me lembrou a estátua de Michelangelo da Pieta, a Madonna, porque ela estava naquela espécie de pose. Parecia iluminada por dentro – iluminada e brilhante. (Tenho vergonha de admitir que eu pensei que ela era rude ao sentar-se lá e ouvir toda a dor em nossas vidas).
Um dos rapazes, notando que já estava tarde, disse que era hora de sair. Joe e Tom levaram Paul por trás desta “Senhora de branco” e caminharam até o pé da colina das aparições. Eu não queria caminhar passando por Ela, porque eu sabia que ela ouviu tudo o que eu disse, e eu estava com vergonha. No entanto, no momento em que eu parei, ela também ficou. Ela caminhou até mim e me disse: “ISTO É PARA VOCÊ”. Eu nem olhei para ver o que ela estava me dando. Eu estava tão preenchida com a compaixão Dela, que eu coloquei meus braços em volta Dela e A abracei. Deitei a cabeça no ombro dela e chorei. Jeff, parado atrás de mim, continuou dizendo: “Vamos, Debi, é hora de ir”, e ele me afastou dela. Quando olhei para baixo, vi que ela me entregara seu xale branco, feito do mesmo tecido que o vestido e o véu. Foi muito suave. Ao segurá-lo, pensei: “Sempre vou me lembrar como é a compaixão!” Então eu olhei para o seu rosto e disse: “Obrigado”. Ela me deu o sorriso mais maravilhoso, como se Ela me amasse.
Mais tarde, no caminho para a casa de Vicka para ouvir o seu testemunho, perguntei a Joe, o que ele pensava sobre a Senhora branca era que nos apareceu na Cruz Azul. “Eu acho que era a Santíssima Mãe”, disse ele. Quando nos reunimos na casa de Vicka, o intérprete estava falando sobre as mensagens de Maria para nós. A parte mais difícil da mensagem, para mim, era sobre o perdão, porque eu acreditava que nunca seria capaz de me perdoar por causar tanta dor na vida de tantas pessoas. Senti como se estivesse a anos-luz da paz.
Enquanto Vicka estava rezando sobre o grupo, uma conversa que a mãe de Debbie teve comigo naquela noite no restaurante, que eu tinha bloqueado da minha mente, voltou para mim com clareza. Ela me contou que ela ficou num quarto de hotel em frente ao hospital para que ela pudesse ir e vir todos os dias para visitar sua filha na unidade de queimaduras. Ela sempre parava na capela para rezar para nossa Santíssima Mãe. Ela disse que tinha um relacionamento íntimo com Maria porque Maria sabia o que era ver Seu Filho sofrer e morrer. (Eu estava realmente perturbada com essa história.) Um dia, enquanto estava ajoelhada na capela e orando para Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, alguém tocou a mãe de Debbie nas costas. Ela se virou e viu uma Senhora branca de pé ali. A Senhora disse a ela: “Você tem alguém aqui no hospital?” Ela disse: “Sim, minha filha está aqui”. Esta senhora de branco disse-lhe: “Você não precisa orar por sua filha. É a vontade de Deus o que aconteceu. Você precisa orar para que você tenha a graça de aceitar a vontade de Deus para sua filha”. Então, essa Senhora desapareceu. Ela não saiu da capela; Ela simplesmente desapareceu.
Depois que Debbie morreu, sua mãe disse: “Eu sei que Deus enviou essa Senhora para me informar que Debbie iria estar no céu”. Ela me disse que nunca teve que ir a um grupo de apoio para pais que perderam um filho, porque sabia que Deus chamou sua filha para estar com Ele.
Ali estava eu, em frente de Vicka, SABENDO que Deus tinha mandado a MESMA SENHORA DE BRANCO até mim. A senhora que apareceu para a mãe de minha amiga na capela do hospital em 1969 agora apareceu para mim em 1997. E eu sabia, sem sombra de dúvida, que este era o MEU GRANDE SINAL que tinha o MEU NOME NELE. Este foi o momento em que eu soube que DEUS era real e que ELE me amava. Enquando Vicka se aproximou e rezou sobre mim, eu soube que DEUS estava confirmando que ELE me enviou uma ajuda do PARAÌSO. Aquele xale era realmente um presente do SENHOR !
Voltamos para a Cruz Azul naquela noite, e desta vez foi eu que queria rezar. Tom disse: “Eu tenho que contar uma história”. Cinco anos antes, seu tio, um padre, levou um grupo de peregrinos a Medjugorje. Enquanto eles escalavam o Monte Krizevac, eles viram uma Senhora de Branco caminhando sem esforço sobre as rochas, enquanto todo mundo estava lutando para escalar as rochas. Os peregrinos queriam falar com ela, mas não conseguiam alcançá-la. O padre disse aos peregrinos que ele pediria a Vicka que a “Senhora de Branco” era que todos viram. Vicka disse que era a Santíssima Mãe, que sobe a montanha todos os dias, orando pela paz. Esse foi o momento em que compreendi que nunca mais iria gastar outro momento me odiando. Achei que se Deus me amava tanto – que Ele enviaria essa senhora especial para mim – eu precisava me perdoar e permitir que Deus me curasse.
Uma semana depois de chegar em casa, na noite anterior ao aniversário do acidente de carro, meu marido e eu dirigimos para uma cidade próxima para pegar seu carro. Eu confidenciei a ele que estava nervosa em relação ao trabalho no dia seguinte, já que essa data de aniversário sempre foi tão dolorosa para mim. Tinha medo de que minhas memórias pesassem sobre mim e eu perderia minha compostura no trabalho. Quando saí da revenda de automóveis, eu não conseguia ver o meu pára-brisa. Embora ainda não estivesse escuro, eu não podia ver a estrada. Parei meu carro, abaixei minha janela e olhei para ver qual seria o problema. Eu vi o sol girando; Estava pulsando e as cores estavam irradiando. O sol estava saindo do céu e vindo até o meu rosto. Eu pensei: “Uau! O milagre do sol em casa! Pensei que Maria vivesse em Medjugorje!”
Naquela noite, consagrei-me e minha família a Deus e à SANTÌSSIMA MÃE. Eu sabia que ela estava dizendo que eu ficaria bem amanhã, na data de aniversário do acidente e durante todos os meus amanhãs, porque ELA estaria comigo.
Quando acordei no dia seguinte, em vez de pensar no acidente de carro, pensei na beleza e na grandeza de ver o milagre do sol na minha cidade natal. Essa imagem ficou comigo o dia inteiro. Quando cheguei em casa do trabalho, subi as escadas ao meu quarto e tirei toda a medicação da gaveta e joguei-a fora. Então, eu chamei o psiquiatra e disse: “Quero dizer adeus”. Mesmo que este médico não fosse católico, ele acreditava em todas as palavras que eu compartilhava e se emocionou com a minha história. Ele disse: “Estou tão feliz por você, mas estou tão triste que levou 27 anos para que você experimentasse a paz”. Eu felizmente lembrou-lhe que, na verdade, 27 anos é muito tempo para sofrer. Mas no tempo de Deus, 27 anos é um piscar de olhos!
Aprendi através desta experiência que “Melhor é um dia em Seu tribunal do que mil em outro lugar” (Salmo 84:10). Agora tenho uma imagem muito mais clara do valor do sofrimento. Para mim, a dor e a cura me aproximaram de Deus, daí a alegria e a paz na minha vida hoje.
As mensagens de Maria para o mundo ganharam vida depois de meu retorno para casa. Comprei minha primeira Bíblia porque estava cheia de vontade de ler, conhecer e viver a Palavra de Deus. Embora eu estivesse indo para a missa diária há mais de 25 anos, fui porque estava desesperada por uma palavra de cura do padre. Agora vou à missa diária para celebrar a bondade de Deus e agradecer-Lhe por Sua presença na minha vida.
Agora, quando celebro o 20º aniversário dessa primeira peregrinação a Medjugorje, posso dizer que TODAS AS COISAS SÃO POSSÍVEIS COM O SENHOR! Uma lição importante que aprendi através desta experiência é que o amor, o perdão e a reconciliação não são apenas presentes do Senhor para nós. Eles devem ser presentes que damos um ao outro.
Nota: Todos nós cinco na Cruz Azul naquela noite viamos a “senhora de Branco”. Ela apareceu para nós mudou-nos de várias maneiras. Mas essa é outra história…
Traduzido do inglês por Gabriel Paulino – fundador do Portal Medjugorje Brasil – fundador do Portal Medjugorje Brasil – www.medjugorjebrasil.com.br
Matéria original: http://www.spiritofmedjugorje.org/issues/September2017pdf.pdf